Moinhos de Porqueira II
Bem perto dos dois moinhos já apresentados existe um terceiro cuja construção impressiona pela excelente qualidade de trabalho de pedreiro, embora revele sinais de inactividade prolongada e se encontre muito degradado no que diz respeita aos mecanismos de moagem.
Com dois cubos e dois pares de mós, este engenho deve ter sido muito importante para os seus proprietários, não sendo de desprezar a hipótese de também moer à maquia, que era uma determinada porção de cereal que o moleiro retirava para se pagar do seu labor.
Constou-me (embora não tenha confirmado tal hipótese) que também ali foi produzida energia eléctrica para consumo doméstico do seu proprietário.
O edifício em si distribui-se por três pisos, o cabouco, o piso principal e o sótão, o que o diferencia da grande maioria dos engenhos congéneres existentes na região.
No interior, muito degradado, verifica-se a ausência das mós moventes (há uma encostada num canto que poderia já ter sido substituída por excessivo desgaste), uma segurelha repousa sobre a respectiva mó fixa e, mais atrás, podemos observar um conjunto lobete/veio.
Uma questão importante que ainda não explorei é se os moinhos de Porqueira funcionavam todo o ano ou apenas em parte já que o caudal de água que os alimenta é praticamente nulo no Verão. Porém, não se pode descurar a arte e o engenho dos nossos antepassados fazerem chegar a água aos seus moinhos, havendo um velho ditado que dizia: a água para o moinho leva-se de longe.
Magnífico enquadramento paisagístico
Uma construção imponente e de qualidade superior
Rodízio de copos. Só um ainda resiste aos maus tratos
Os cubos penetram nas entranhas do moinho em direcção ao cabouco
A zona de moagem não se revela muito animadora